Recentemente divulgamos aqui uma explicação sobre o que é o mercado secundário de cotas de consórcio e qual o papel dos investidores e revendedores para definir a liquidez dessas cotas nesse mercado.

Foi dado como exemplo as cotas de consórcio da Porto Seguro, que são precificadas com um valor bem acima do mercado por conta da sua facilidade na transação e amplitude nas possibilidades de uso.

Mas, em contrapartida, temos cotas de administradoras que ficam com a liquidez bem abaixo do esperado por conta da dificuldade na transferência para novos cessionários.

Nós, profissionais do mercado secundário de consórcios, não podemos ajudar os clientes do Bradesco que querem vender as suas cotas. O valor de revenda de cotas do Bradesco no mercado secundário caiu muito, de forma que, muitas vezes, não é possível ao menos fazer uma proposta de compra diante das dificuldades de transferência que o Bradesco tem imposto para se transferir um consórcio, tanto contemplado quanto não contemplado.

Recentemente tivemos casos aqui na Consorciocred onde clientes tiveram seu cadastro negado no Bradesco Consórcios, apesar de terem comprovação de renda bem acima do necessário para que o cadastro fosse aprovado e nenhuma restrição no CPF ou CNPJ, tudo isso sob a justificativa do Banco de que "o cessionário não se enquadra nas regras do produto".

Infelizmente os verdadeiros prejudicados nessa história são os consorciados, pois isso acaba reduzindo drasticamente a liquidez das cotas do Bradesco. É algo que vai afetar diretamente os consorciados do Banco, que vão ter uma dificuldade enorme de vender essas cotas no mercado secundário de consórcios caso precisem se livrar das parcelas com uma opção de crédito à vista.

Os consorciados do Bradesco que tiverem dificuldades financeiras ou mudarem de planos, em muitos casos não conseguiram vender suas cotas, tamanha é as dificuldades que o Banco tem imposto.

Não se sabe exatamente qual a razão para tal atitude, a não ser a tentativa de tentar acabar com o mercado secundário de cotas, monopolizar isso na mão do próprio Banco, para que somente eles consigam ter o controle dessas cotas.

O que queremos saber aqui na Consorciocred é: com qual interesse? Qual a finalidade? Quando você monopoliza o direito de alguma coisa, isso é bom ou ruim para os consorciados? Isso é bom ou ruim para a economia do País?

Somente com o livre mercado, livre de monopólios, será possível proporcionar aos consorciados venderem suas cotas pela melhor oferta.

Recentemente o Bradesco constituiu uma empresa para comprar diretamente as cotas de consórcio não contempladas e canceladas deles como forma de investimento. O que nós defendemos sempre será a defesa do livre mercado, pois isso resulta no melhor preço para o consorciado.

Somente em um cenário onde todos tenham a igualdade de direitos de fazer a aquisição das cotas do Bradesco será possível que o consorciado tenha a liberdade de escolher vender para quem ele quiser, para a oferta mais alta e mais segura.

O movimento de defesa da Consorciocred vem em sentido totalmente contrário a política do banco Bradesco e esperamos que vocês aí que estão lendo nos ajudem nessa missão para que consigamos ter um mercado limpo, claro, transparente e principalmente descentralizado, onde qualquer um pode revender ou vender a sua cota pelo preço que melhor convier, pela melhor proposta, e não para a única opção existente.